sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cultura e inovação

Se há uma questão para a qual precisamos estar atentos é que quando o tema é cultura de inovação, a questão das "soft skills" ganha uma relevância desproporcionalmente maior. Uma das habilidades centrais da liderança de culturas inovadoras é a de comunicação. Em todas as empresas onde entramos a comunicação aparece como queixa central. Isso não ocorre por que os líderes estão se comunicando mal. Mas ocorre por que informação de qualidade é matéria-prima primordial para a cultura de inovação e é necessária não só em maior quantidade mas de forma tratada qualitativamente de maneira estratégica. Isso não é e não pode ser só atribuição das lideranças diretas. O esforço por analisar adequadamente o contexto dentro do qual as informações devem estar situadas, por hierarquiza-las por ordem de relevância, trata-las de maneira a fazer sentido para os indivíduos em relação aos seus desafios e transmiti-las de forma eficaz é grande demais para ser delegada para indivíduos atolados pela rotina. No entanto, essa é a questão que as empresas tratam como sendo relativamente simples de resolver: basta colocar metas de aprimoramento da comunicação para a liderança. Ora, isso não é forma de tratar o principal insumo da organização inovadora. É gerir informação de maneira absolutamente complacente. Há que se construir processos, alocar tempo das pessoas para tratá-la com a relevância que tem, e olhar para essa questão com a relevância estratégica que tem. Sem isso, não há possibilidade de fazer gestão do conhecimento, criar cultura de inovação e abrir espaços para a criatividade. A criatividade necessária a inovação precisa de foco, direção e contexto. Caso contrário, perde-se no lúdico, nas possibilidades não realizadas, nas idéias impossíveis de colocar em prática. Comunicar bem não pode mais ser tratado como tema secundário. Nem como habilidades e esforços pessoais. Precisa ser alçada a competência essencial da organização, caso contrário a perda de energia e sinergia serão grandes o suficiente fazer com que os indivíduos comecem a sentir que os seus esforços não produzem resultados adequados e que os custos de transação para fazer a diferença são tão altos que é melhor focar nas tarefas, pois essas sim tem consequências diretas para os indivíduos no curto prazo. Pensar a disciplina comunicativa é um dos principais desafios. Ainda mais quando ainda somos tantos geração X no comando das organizações.

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