Incerteza,
radicalismo e lideranças narcisistas
Ao longo da história houve inúmeros momentos em
que o aumento da incerteza (do contexto, dos cenários, da economia) favoreceu o
crescimento de lideranças narcisistas. Esses líderes têm impacto negativo nas competências
de outras pessoas que o cercam e são facilmente confundidos com lideranças
carismáticas. Nas organizações privadas eles têm impacto negativo no
desempenho. Na área pública eles têm impacto negativo no desenvolvimento das
instituições e na democracia. O narcisista é aquele que demonstra confiança
suprema em si mesmo, forte tendência para a dominância, percepção inflada sobre
as próprias competências, arrogância e forte extroversão. São egocêntricos, não
tem empatia pelos outros, são extremamente competitivos. Mesmo que na superfície
elaborem discursos orientados para as soluções que todos buscam, de fato tem
uma preocupação centrada em si mesmos. Nas relações diretas, tendem a ser
exploradores, extremamente sensíveis às criticas, egocêntricos e com um
profundo sentimento de serem especiais ou escolhidos.
Nos contextos de incerteza, há uma demanda
latente por força e confiança para sair da crise. O excesso de confiança dos
narcisistas tende a ser confundido com força, certeza, inovação e visão. Os seguidores, pouco confiantes nas suas próprias
capacidades, olham para a projeção de certeza que os narcisistas elaboram e os
seguem para ter a segurança de que alguém esta cuidando para que volte a ordem
e para que se dissipe o caos. Há a
necessidade, por parte dos seguidores, de sentirem-se seguros. A busca por
segurança elimina a busca pela razão, pela lógica, por análises robustas de cenários
e por desejo de participação. A escolha desses líderes reforça a transferência de
responsabilidade e a infantilização dos seguidores.
A busca pela certeza leva a busca por
ortodoxias de pensamento. E isso leva ao conflito, que reforça a sensação de
caos e a busca por líderes narcisistas, que usam discursos simplórios, com
palavras-chave dessas ortodoxias de pensamento, em um circulo vicioso que destrói
capacidade de enfrentamento real dos problemas.
Autores do séc. XIX, que viviam outro contexto
e outros desafios, viraram bíblias, textos sagrados com verdades reveladas,
tanto para seguidores da esquerda quanto da direita. Nas organizações privadas, aboliram-se as
referências. Há um líder “interpreta” o que todos devem fazer sem consultar
ninguém a não ser as próprias certezas (narcísicas).
Eu estou fazendo fantasias ou mais alguém está
observando esse fenômeno, tão bem estudado na literatura, se instalando entre
nós?
Incerteza, radicalismo
e lideranças narcisistas
Ao longo da história houve inúmeros
momentos em que o aumento da incerteza (do contexto, dos cenários, da economia)
favoreceu o crescimento de lideranças narcisistas. Esses líderes têm impacto
negativo nas competências de outras pessoas que o cercam e são facilmente
confundidos com lideranças carismáticas. Nas organizações privadas eles têm
impacto negativo no desempenho. Na área pública eles têm impacto negativo no
desenvolvimento das instituições e na democracia. O narcisista é aquele que
demonstra confiança suprema em si mesmo, forte tendência para a dominância,
percepção inflada sobre as próprias competências, arrogância e forte
extroversão. São egocêntricos, não tem empatia pelos outros, são extremamente
competitivos. Mesmo que na superfície elaborem discursos orientados para as
soluções que todos buscam, de fato tem uma preocupação centrada em si mesmos.
Nas relações diretas, tendem a ser exploradores, extremamente sensíveis às
criticas, egocêntricos e com um profundo sentimento de serem especiais ou escolhidos.
Nos contextos de incerteza, há uma
demanda latente por força e confiança para sair da crise. O excesso de
confiança dos narcisistas tende a ser confundido com força, certeza, inovação e
visão. Os seguidores, pouco confiantes nas suas próprias capacidades,
olham para a projeção de certeza que os narcisistas elaboram e os seguem para
ter a segurança de que alguém esta cuidando para que volte a ordem e para que
se dissipe o caos. Há a necessidade, por parte dos seguidores, de
sentirem-se seguros. A busca por segurança elimina a busca pela razão, pela
lógica, por análises robustas de cenários e por desejo de participação. A
escolha desses líderes reforça a transferência de responsabilidade e a
infantilização dos seguidores.
A busca pela certeza leva a busca por
ortodoxias de pensamento. E isso leva ao conflito, que reforça a sensação de
caos e a busca por líderes narcisistas, que usam discursos simplórios, com
palavras-chave dessas ortodoxias de pensamento, em um circulo vicioso que
destrói capacidade de enfrentamento real dos problemas.
Autores do séc. XIX, que viviam outro
contexto e outros desafios, viraram bíblias, textos sagrados com verdades
reveladas, tanto para seguidores da esquerda quanto da direita. Nas
organizações privadas, aboliram-se as referências. Há um líder “interpreta” o
que todos devem fazer sem consultar ninguém a não ser as próprias certezas
(narcísicas).
Eu estou fazendo fantasias ou mais
alguém está observando esse fenômeno, tão bem estudado na literatura, se
instalando entre nós?
A diferença entre líderes narcisistas e
os líderes capazes de produzir resultados coletivos extraordinários está na
orientação para os resultados coletivos, no compromisso e comprometimento com
uma causa e forte empatia por aqueles que desejam colaborar com ela. São
capazes de distribuir poder e influência, abrindo espaço para a colaboração e
cooperação. Com isso, expandem a sua zona de influencia para muito além do que
é possível com controle e monitoramento direto.
Há uma relação direta entre esse tipo de
liderança e o desenvolvimento das potencialidades do conjunto. Há uma relação
inversa entre a liderança narcisista e os mesmos resultados. A liderança
narcisista atrofia a capacidade de colaboração, e, portanto de desenvolvimento
daqueles que estão próximos.
Confundem-se facilmente os narcisistas
com os verdadeiros líderes porque há características comuns: autoconfiança, extroversão
e propensão a influenciar o comportamento dos outros. Para diferenciar, é
preciso ver: qual a missão, a visão de mundo e o caminho que o individuo aponta!
Qual é a sua trajetória de vida e como ele se relaciona com a complexidade:
subestima e simplifica ou constrói coalisões para enfrentar os desafios? E se ele
tem uma visão clara de como os outros podem colaborar com ele e abre espaço
para a colaboração e para o crescimento dos outros. Quem simplifica a complexidade,
subestima os desafios, tem muitas certezas e não dialoga, é um narcisista sem
dúvidas.
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